Armas e Vulnerabilidades
Dezembro e janeiro. Quis fugir de ti. Era só loucura minha. Não era sinal, nem destino. Só um grito dentro da cabeça.
Tenho medo da intimidade. Medo da vulnerabilidade. Entregar-se é dar uma arma a alguém e esperar que não a usem. Mas tu nunca tiveste a arma inteira. Nunca te dei todas as peças. Nunca tiveste tudo.
Nos meses em que li as tuas páginas, novembro, dezembro, janeiro, estava cega por nós. O coração dizia sim. Sempre sim. Sem medir nada. Sem perguntar nada.
Depois Espanha. A viagem. As mensagens. Um dia o peito pesou tanto que quase não respirei. Fiz a pergunta: consigo dar-te o que tenho de mais íntimo? A resposta é não. Arrependo-me.
Mas há outra verdade. Eu entrei nisto por ti. Só por ti. Pelo que eras. Por um nós. Tu entraste também. Mas trazias contigo a esperança terrível do que eu podia vir a ser. Nunca te bastou o que já era. Odiei-te por isso, hoje simplesmente odeio.
No dia do primeiro beijo, podia ter fugido. E devia. Ou talvez não. Sei que Não fugi. Sei, Porque nesse momento eras minha. E isso bastou.
Será que alguma vez fui tua?
C.M
16/09/25
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Esqueci-me de dizer que o meu hidratante de lábios ainda tem marcas do teu batom